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Cuidados orais em pacientes oncológicos

Cuidados orais em pacientes oncológicos

Estima-se, para o Brasil, triênio 2020-2022, a ocorrência de 625 mil casos novos de câncer, para cada ano.

Os tipos de câncer mais frequentes em homens, à exceção do câncer de pele não melanoma, serão próstata (29,2%), cólon e reto (9,1%), pulmão (7,9%), estômago (5,9%) e cavidade oral (5,0%). Nas mulheres, exceto o câncer de pele não melanoma, os cânceres de mama (29,7%), cólon e reto (9,2%), colo do útero (7,4%), pulmão (5,6%) e tireoide (5,4%) figurarão entre os principais. O câncer de pele não melanoma representará 27,1% de todos os casos de câncer em homens e 29,5% em mulheres (Figura 1).

Figura 1 – Distribuição proporcional dos dez tipos de câncer mais incidentes por sexo (Fonte: INCA)

A prevenção do câncer engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença. As principais dicas para prevenir o câncer são:

  • Não fume;

  • Alimentação saudável;

  • Mantenha o peso corporal adequado;

  • Pratique atividades físicas;

  • Amamente;

  • Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer o exame preventivo do câncer do colo do útero a cada três anos;

  • Vacine contra o HPV as meninas de 9 a 14 anos e os meninos de 11 a 14 anos;

  • Vacine contra a hepatite B;

  • Evite a ingestão de bebidas alcoólicas;Evite comer carne processada;Evite a exposição ao sol entre 10h e 16h, e use sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios.

O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade.

Muitos pacientes submetidos ao tratamento oncológico desenvolverão algum tipo de complicação bucal, aguda ou crônica, em decorrência da terapia. Todos os pacientes submetidos à radioterapia em cabeça e pescoço, 75% dos pacientes submetidos a transplante de medula óssea e 40% dos que fazem quimioterapia, irão apresentar algum efeito colateral bucal.

Essas complicações incluem dor, mucosite (inflamação da mucosa bucal e ulcerações), sangramento, xerostomia/hipossalivação (boca seca), cárie de radiação, infecção oportunista, osteorradionecrose, osteonecrose associada à medicamentos, entre outras (Figura 2).

Figura 2 – Laserterapia no manejo da mucosite oral induzida por quimioterapia em paciente com câncer colorretal (Arquivo do Dr. Antônio José Araújo Pereira Júnior)

A possibilidade do aparecimento de complicações pode estar diretamente relacionada às condições de saúde geral e bucal do paciente e ao tipo de terapia a ser utilizada. As complicações podem ser transitórias e desaparecer com o término do tratamento. Outras podem tornar-se crônicas, requerendo cuidados constantes por parte do cirurgião-dentista. Desse modo, é de grande importância que o cirurgião-dentista conheça as modalidades de tratamento do câncer de boca, as complicações que poderão resultar de sua terapia, para que possa estabelecer um plano de tratamento adequado para cada paciente. O preparo da cavidade bucal deve ser realizado, preferencialmente, antes do início da terapia do câncer, e deve continuar durante e após a mesma.

A integração entre as equipes envolvidas no tratamento do câncer é essencial para oferecer uma melhor qualidade de vida e oferecer aos pacientes:

1. Prevenção e diagnóstico precoce de lesões cancerizáveis e malignas da boca, assim como diagnóstico e tratamento de outras lesões benignas importantes da boca e região maxilofacial;

2. Suporte odontológico ao paciente em tratamento oncológico, por cirurgia, radioterapia ou quimioterapia;

3. Cirurgia bucomaxilofacial para tratamento dos tumores e deformidades da referida região;

4. Tratamentos odontológicos integrais, oferecidos aos pacientes em tratamento oncológico;

5. Reabilitação bucomaxilofacial para pacientes com defeitos estéticos e funcionais que foram submetidos a cirurgias extensas para ressecção de tumores.

FONTE: www.inca.gov.br e www.mascc.org

Dr. Antônio José Araújo Pereira Júnior / CROMG 31543